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13 de julho de 2011

A RESPONSABILIDADE PELO PECADO É PESSOAL




Assim como salvação da nossa alma é pessoal, a responsabilidade pelos nossos pecados também. Todo ser humano somente irá ser responsável pelo pecado que cometeu. Deus não imputa os nossos pecados aos nossos familiares ou amigos. Cada um dará conta de si no dia do julgamento (Rm 14: 12; Ez 18: 14 – 20; Dt 24: 16).
A essência deste princípio bíblico está esculpida no livro de Ezequiel (18: 20; NTLH): “A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a iniquidade do pai, nem o pai, a iniquidade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a perversidade do perverso cairá sobre este”.
Entretanto, afirmar que seremos responsáveis somente pelo pecado que praticamos não significa que não seremos responsabilizados por pecados praticados por omissão, como por exemplo, a pessoa que podendo e sabendo fazer o bem não o faz (Tg 4: 17). A pessoa que pode e sabe, por exemplo, como aconselhar um amigo pecador a andar no caminho de luz e não o faz, não responderá pelos pecados de seu amigo, mas lhe será imputado o pecado de não fazer o bem aquele amigo ou de envergonhar-se do evangelho.
Deste princípio bíblico decorre a lógica de que ninguém pode alegar os pecados de outro ser humano como desculpa para os seus próprios pecados. Não haverá desculpa para a pessoa que, ao ver outros pecarem e, aparentemente não sofrerem com suas consequencias, decidir que também irá pecar. Assim, ninguém pode alegar perante Deus que não aceitou o evangelho e os planos de Cristo pra sua vida por causa do pecado de um membro da igreja, incluindo nesta lista até mesmo o pastor. Abandonar a fé por que foi descoberto que o pastor, por uma fraqueza, cometeu certo pecado, não isenta ninguém perante Deus. 
Sobre o tema ainda cabe algumas observações. A primeira diz respeito à possibilidade ou não de alguém sofrer as consequencias pelos pecados dos outros. Fundamentado na Bíblia entendemos que sim, pois embora no plano espiritual somente sejamos responsáveis e castigados pelos nossos pecados, na terra, podemos sofrer as consequencias do pecado de outrem. Isto fica claro quando exemplificamos, mostrando que toda vez que alguém pratica um roubo, adultério ou homicídio, por exemplo, outra pessoa inocente sofre as consequencias deste pecado. Outro exemplo é o ambiente de convivência. Se alguém nasce em uma família cheia de vícios, problemas e maldições, a chance desta pessoa ser levada a isto é grande, podendo não acontecer se ela for salva e liberta pelo evangelho.
Esta possibilidade também está presente nos castigos dados por Deus pelos pecados de algum familiar. O adultério de Davi com Bete - Seba, por exemplo, levou a morte do primeiro filho deles (2 Sm 12: 14,18);o pecado de Acã manchou todo o povo de Israel e somente foi perdoado com a sua morte e de toda sua família (Js 7,22: 20-24).A Bíblia dá outros exemplos (Nm 14: 18, 2Rs 5:27;Jr 32:18,Jr 2:9,Dn 6:24).O livro de Êxodo (34: 7;NTLH) diz “Cumpro a minha promessa a milhares de gerações e perdoo o mal e o pecado. Porém não deixo de castigar os seus filhos e até os netos, os bisnetos e os trinetos pelos pecados dos pais.” Estas passagens parecem ofender o princípio da pessoalidade ,mas não ofendem ,pois este está relacionado a responsabilidade do pecado no plano espiritual. Os castigos dados aqui na terra, não significam necessariamente condenação espiritual. O filho de Davi, por exemplo, pode ter sido salvo, mas sofreu na terra os efeitos dos pecados do pai.
Alguém pode estar se perguntando: e o pecado de Adão? Por que Deus responsabilizou a todos pelo pecado de só um homem? Parece injusto, mas não é, pois Adão era o representante de toda a humanidade. E Adão não era um representante pior do que qualquer pessoa, ele foi feito e escolhido por Deus, ninguém poderia ter representante melhor. Portanto, o pecado de Adão, o melhor representante possível da humanidade, teve como consequencia inevitável, a queda da humanidade, estando todos inclinados a pecar e se distanciar de Deus. Entretanto, através do segundo Adão, que é Cristo, a vida se espalha para todo o que crê. A Bíblia elucida: “É verdade que, por causa de um só homem e por meio do seu pecado, a morte começou a dominar a raça humana. Mas o resultado do que foi feito por um só homem, Jesus Cristo, é muito maior! E todos aqueles que Deus aceita e que recebem como presente a sua imensa graça reinarão na nova vida, por meio de Cristo.”(Rm 5: 17).
A segunda observação refere-se à possibilidade ou não de uma oração de terceiro resultar no perdão de Deus para com o pecador, sendo este, assim, perdoado não por que pediu perdão pessoalmente, mas por que outro intercedeu por ele.
 No Pentateuco, por diversas vezes, lemos que, por causa da aliança com Deus, os sacerdotes deveriam oferecer sacrifícios pelos pecados do povo para que Deus os perdoasse (Lv 4: 13 – 21). Ao nos depararmos com a história de Jó, perceberemos que ele oferecia sacrifícios em favor de cada um dos seus filhos, para santificá-los, pois pensava que algum deles poderia ter pecado (Jó 1: 5). Há também a intercessão de Abraão para que Deus não destruísse Sodoma e Gomorra (Gn 18,19); a de Moisés para que Deus perdoasse o povo que murmurava contra Ele (Nm 14: 19; Ex 34:9); e a de Neemias (Ne 1: 4-11). Entretanto, estas passagens são insuficientes para afirmar que alguém pode ser perdoado sem ele próprio pedir perdão, permitindo, porém, o entendimento de que podemos orar pedindo para que Deus ofereça mais tempo para que as pessoas se arrependam e experimentem pessoalmente a confissão e o perdão dos pecados. Dessa forma, é possível interceder a Deus para que Ele conceda novas oportunidades a alguém, evitando assim algum castigo terreno sobre ela. A mãe, por exemplo, não tem poder para apagar os pecados do filho através da oração, mas através desta pode levar seu filho a ter mais oportunidades de aceitar o evangelho, pois Deus ouve nossas orações. Pela intercessão, os demônios e perturbações podem ser expulsos, levando o pecador ao arrependimento (Mc 1: 39).

A paz de Cristo a todos!

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