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2 de setembro de 2011

PECADOS QUE NÃO SÃO MAIS PECADOS?





Ao estudar o pecado é inevitável não surgir uma pergunta: por que há condutas que são consideradas pecado no Antigo Testamento e que não o são mais no Novo Testamento? Ou por que algumas condutas foram consideradas pecado em algum determinado momento e hoje não são? Por acaso é possível e justo Deus considerar algo pecaminoso por certo período somente? Antes de dar a resposta, trataremos de analisar alguns exemplos no Livro de Levíticos, já que esse é o mais utilizado pelos incrédulos das verdades bíblicas.

No Livro de Levíticos existem algumas condutas proibidas que atualmente são permitidas em todas ou quase todas as ramificações do cristianismo. Vejamos alguns desses exemplos: “Não semeiem tipos diferentes de semente no mesmo campo. Não vistam roupas feitas de tipos diferentes de tecidos.” (Lv 19: 19, NTLH). “Não cortem o cabelo dos lados da cabeça, nem aparem a barba. Quando chorarem a morte de alguém, não se cortem, nem façam marcas no corpo.” (Lv 19: 27-28, NTLH). “É proibido comer carne de porco. Para vocês o porco é impuro, pois tem o casco dividido, mas não rumina.” (Lv 11:7, NTLH). E ainda há algumas outras.

Essas proibições de condutas consideradas pecado antigamente, mas não atualmente, foram inseridas juntamente com proibições de condutas que nunca, nunca mesmo, deixaram ou deixarão de ser pecado, como por exemplo, o adultério, roubo, homossexualismo, o bestialismo (Lv 18: 20; 22 - 23) entre outras. 

Como explicar isto? 

Primeiramente, deve ficar claro que todas as condutas humanas consideradas pecaminosas por Deus, somente o são, pois afrontam seus planos eternos, amorosos e perfeitos. Portanto, todas as condutas que o Senhor proibiu, estejam elas registradas no Novo ou Velho Testamento, assim o foram porque Ele quer preservar um relacionamento de paz com os homens.

Se prestarmos atenção somente em Levítico quando Deus ordenou: “Não cortem o cabelo dos lados da cabeça, nem aparem a barba. Quando chorarem a morte de alguém, não se cortem, nem façam marcas no corpo.” (Lv 19: 27-28, NTLH), não entenderemos a razão da proibição. Mas, se analisarmos Deuteronômio 14: 1-2, saberemos o motivo: “Moisés disse ao povo: – Vocês são filhos do Senhor, nosso Deus. Portanto, quando chorarem a morte de alguém, não se cortem, nem rapem a cabeça, como os outros povos fazem. Pois vocês são o povo escolhido pelo Senhor, nosso Deus; entre todos os povos da terra ele os escolheu para serem somente dele.” Esta proibição aparentemente inconsistente tinha por fundamento a necessária separação do povo de Israel dos costumes e da adoração dos povos pagãos. 

Quanto à diferenciação entre alimentos puros e impuros para o consumo, entre eles o porco, a solução se encontra também na própria Bíblia (Atos 11: 1- 18, Romanos 14: 13-23, 1 Coríntios 8: 4-13 e 10: 31, Hebreus 9: 1-14.). E assim se dá com todos os eventuais questionamentos. A própria Bíblia se auto explica, sendo uma revelação perfeita da vontade de Deus.

Assim sendo, a solução para tais questionamentos é a seguinte: existem condutas que sempre serão consideradas pecaminosas, independentemente do contexto. Outras condutas, entretanto, somente serão consideradas um pecado se estiverem num contexto contrário a vontade de Deus. Essas condutas, porém, em si mesmas, não são erradas.

Isso nos faz lembrar que muitas condutas normais podem ser consideradas pecaminosas se sua realização se der por motivos errados ou num contexto pecaminoso.

Quando o rei Davi, por exemplo, fez um senso para saber quantas pessoas tinha no seu domínio, Deus se desagradou dele. Não porque fazer senso era pecado, uma vez que depois o próprio Deus pediu para que uma contagem fosse feita, mas por que o que o rei tinha realizado era um ato de soberba, confiança em homens e desprezo ao Deus que sempre o ajudará (2 Samuel 24:10, 1 Crônicas 21: 1 -30).

Portanto, até condutas boas podem ser consideradas pecaminosas dependendo do contexto. Os dízimos, esmolas, jejum, orações e os louvares podem ser considerados por Deus como demonstrações de gratidão ou demonstrações de religiosidade hipócrita e tola (Mt 6 : 5-18,23: 1- 36).

Por isso, o mais correto seria dizer que essas condutas pecaminosas de certa forma nem foram abolidas, haja vista que dependendo do contexto podem novamente ser consideradas pecaminosas. Nisso resta claro que Deus é justo, santo e amoroso em tudo que estabelece, diz e faz.

No mais, só podemos dizer que Deus é bom para todo aquele que o busca!

A Paz do Senhor a todos!

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